Missão Etiópia Adis Abeba: Treinamento, viagens, mudanças e muita gratidão
Presidente Robert Dudfield e sister Darice Dudfield, no centro à esquerda, da Missão Etiópia Adis Abeba, são recebidos por membros ao chegarem à nova missão em agosto de 2020.
|Crédito: Foto fornecida por presidente Robert Dud
Missão Etiópia Adis Abeba: Treinamento, viagens, mudanças e muita gratidão
Presidente Robert Dudfield e sister Darice Dudfield, no centro à esquerda, da Missão Etiópia Adis Abeba, são recebidos por membros ao chegarem à nova missão em agosto de 2020.
|Crédito: Foto fornecida por presidente Robert Dud
Quando Robert e Darice Dudfield de Melbourne, Austrália, foram chamados no final de 2019 para servirem como presidente de missão e companheira em uma designação de língua inglesa em meados de 2020, eles não faziam ideia do que os aguardava — presidir uma nova missão; chegar com atraso, mas antes dos missionários; lutar contra a COVID-19; enviar missionários a 4.300 km de distância para sua investidura no templo e, recentemente, se mudar para um país vizinho por causa da agitação civil.
Bem-vindos à Missão Etiópia Adis Abeba e à vida e aos tempos atuais do presidente Robert Dudfield e da sister Darice Dudfield, que veem como A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias tem grande potencial para crescer na nação do noroeste da África, e abençoar indivíduos, famílias e comunidades.
“Vemos a mão do Senhor nos guiando continuamente”, disse presidente Dudfield, enquanto ele e a sister Dudfield contavam suas experiências de missão até o momento, durante um podcast do Church News no dia 11 de janeiro de 2022.
“Tem sido uma enorme bênção e um privilégio poder servir e presenciar uma pequena parte da grande e poderosa obra do Senhor, que continuará a avançar, apesar de quaisquer restrições que possamos enfrentar.”

Primeiro grupo de missionários da nova Missão Etiópia Addis Abeba a ir ao Templo de Acra Gana para realizar o trabalho do templo em sua língua nativa, o amárico, na primavera de 2021.
Crédito: Foto fornecida por presidente Robert Dud
Início da missão
Após o seminário para novos líderes de missão em junho de 2020, o casal Dudfield não chegou a Adis Abeba até agosto do mesmo ano, devido às restrições causadas pela pandemia de COVID-19. Eles foram recebidos por alguns membros locais, já que a nova missão não tinha missionários. Os missionários que seriam designados de Uganda, país vizinho, haviam retornado para casa devido à pandemia.
Oito missionários logo chegaram, com treinamento remoto limitado e suas melhores roupas.
“A melhor roupa de domingo para alguns deles era uma calça jeans rasgada e uma camisa — isso era tudo o que eles tinham, e nos entristecemos por sua situação”, disse presidente Dudfield. Os líderes da missão rapidamente ajudaram os missionários a se vestirem de acordo com a mensagem.
A sister Dudfield se lembrou dos primeiros oito missionários — alguns eram órfãos, alguns tinham sido membros por alguns anos, outros desde o início da pandemia. “Tínhamos dois dias inteiros de treinamento por semana com eles, porque nos tornamos treinadores desses novos missionários”, disse ela, lembrando que uma sister havia servido por pouco tempo antes da pandemia, “mas todos os outros não tinham experiência como missionários.”
O treinamento provou ser demorado – os idiomas nativos dos missionários eram o amárico e o oromo, com o inglês como segunda, terceira ou até quarta língua.

Presidente Robert Dudfield e sister Darice Dudfield, à frente, se reúnem com os oito primeiros missionários da nova Missão Etiópia Adis Abeba em 2020.
Crédito: Foto fornecida por presidente Robert Dud
Hospitalização devido à COVID-19
Com missionários em duplas e designados a ramos locais dentro dos primeiros meses, presidente Dudfield foi diagnosticado com um caso grave de COVID-19. Enquanto a sister Dudfield permanecia assintomática e em quarentena na casa da missão, o presidente da missão passou grande parte do mês de outubro de 2020 hospitalizado, com pneumonia viral e bacteriana.
“Durante a maior parte do tempo em que eu estava tomando oxigênio — era muito difícil falar”, disse ele, lembrando que o colapso das veias resultou no uso constante de cateteres em seus pés e braços para ajudar a mover fluídos e antibióticos. “Darice estava realmente dirigindo a missão e lidando com diferentes assuntos.”
Esses assuntos incluíam ajudar os missionários a entrarem em contato com pessoas e ensinarem o evangelho, enquanto a Igreja ainda estava sem reuniões públicas, e aprenderem a usar smartphones e listas telefônicas locais.
Presidente Dudfield recordou ter ouvido os sinos e o canto de uma igreja ortodoxa próxima em uma manhã de domingo em outubro, enquanto olhava para seus braços machucados, e admitiu ter sentido pena de si mesmo. Ele recordou as súplicas de Joseph Smith na Cadeia de Liberty e os lembretes gentis do Senhor em Doutrina e Convênios 122.
“Refleti sobre isso e me senti muito humilde — fui corrigido ao pensar que, por um pequeno instante, estava passando por uma espécie de provação e um desafio”, disse ele, chamando essa correção de “um momento crucial, uma experiência muito sagrada”.
“Olhei para meus braços — eles estavam machucados e sangravam. No entanto, isso não era nada comparado ao que o Salvador havia passado e me proporcionou uma apreciação muito mais profunda do que o sacrifício expiatório poderia ter sido para mim, pessoalmente.”

Presidente Robert Dudfield e sister Darice Dudfield, à direita e segunda a partir da direita, com Andrey Vasil’evich Klimash, à esquerda, e sua esposa, Elene. Klimash é um neurocirurgião russo que ajudou a conseguir que presidente Dudfield fosse admitido em um hospital de Adis Abeba após contrair Covid-19, além de ter servido como presidente de estaca em São Petersburgo e dado uma bênção do sacerdócio ao presidente da missão enquanto ele estava hospitalizado.
Crédito: Foto fornecida por presidente Robert Dud
Sem poder ter visitas, ele recebeu uma bênção do sacerdócio de um médico local — Dr. Andrey Klimash, neurocirurgião e ex-presidente de estaca em São Petersburgo, Rússia. “Ele me ministrou todos os dias que estive no hospital”, disse o presidente da missão sobre a “misericórdia muito terna” que foi ter a orientação médica de Klimash, “além de sua ajuda para monitorar o meu processo de cura emocional e espiritual.”
Após mais de quatro semanas de hospitalização, presidente Dudfield se recuperou completamente, sem efeitos prolongados.
A Igreja na Etiópia
Em um país onde dois terços dos religiosos são cristãos e um terço muçulmano, os etíopes se beneficiam de uma rica história religiosa e um conhecimento e compreensão do Velho e do Novo Testamento, disse presidente Dudfield.
Embora a missão seja nova, a Igreja foi estabelecida na Etiópia [em inglês] no início dos anos 90, e o país abriga cerca de 2 mil santos dos últimos dias.
O casal Dudfield ressaltou a fé, o testemunho e os esforços dos líderes e membros locais, e seu compromisso com a obra missionária, a reativação, o progresso no caminho do convênio e a preparação para criar a primeira estaca da Etiópia.
Podcast do Church News: Líderes da Missão Etiópia Adis Abeba falam sobre servir ao Senhor com fé e flexibilidade em meio a provações e pandemia [em inglês].
“A meta é sempre poder ajudar o país a se preparar para o templo”, disse presidente Dudfield, “então, o próximo passo é poder fortalecer as famílias por meio das ordenanças, porque isso ajuda a fortificar as comunidades e a nação.”
Os passos são óbvios, disse ele — primeiro, as famílias, depois, uma estaca, e então, um templo. “Não temos dúvida de que, em algum momento, o profeta de Deus anunciará um templo para a Etiópia. Por enquanto, estamos lançando o alicerce — como lemos nas escrituras, o alicerce de uma grande obra.”
Ida ao templo

Alguns membros do primeiro grupo de missionários da Missão Etiópia Adis Abeba no Templo de Acra Gana, após uma sessão realizada em sua língua nativa, o amárico, na primavera de 2021.
Crédito: Foto fornecida por presidente Robert Dud
Devido à pandemia, os missionários designados para servir na Etiópia não frequentaram o centro de treinamento missionário presencialmente e não receberam a investidura do templo. O casal Dudfield começou os preparativos para enviar o primeiro pequeno grupo de missionários — e mais tarde o segundo — ao Templo de Acra Gana para instrução, adoração e convênios no templo.
Os santos dos últimos dias na Etiópia já haviam participado das ordenanças do templo em inglês. Preparativos foram feitos para que os professores do Centro de Treinamento Missionário de Gana e uma missionária retornada, irmã de um dos missionários viajantes, lessem as instruções e ordenanças do templo em amárico.
Os missionários que foram para Acra também puderam receber suas bênçãos patriarcais, já que não há uma estaca, nem um patriarca, na Etiópia.
“Eles ficaram muito emocionados por poderem ir à casa do Senhor”, disse presidente Dudfield, “para fazer convênios sagrados e sentir o amor que o Salvador tem por eles por meio das ordenanças.”
Mudança para o Quênia
No início de novembro de 2021, a agitação civil se espalhou por toda a Etiópia, incluindo percepções errôneas de que os missionários de tempo integral da Igreja haviam sido recrutados e empregados, em vez de servirem como voluntários com seu próprio dinheiro e com o apoio financeiro de suas famílias, disse presidente Dudfield.

Élder Thierry K. Mutombo, à esquerda, Setenta Autoridade Geral que serve na presidência da Área África Central, se reúne com presidente Robert Dudfield, da Missão Etiópia Adis Abeba, e seus missionários para uma foto no final de 2021 no Quênia, após a transferência temporária da missão para o país.
Crédito: Foto fornecida por presidente Robert Dud
Foi tomada a decisão de transferir aqueles servindo na Missão Etiópia Adis Abeba — missionários e líderes da missão — para o Quênia, um país vizinho, com a aprovação da Primeira Presidência e do Quórum dos Doze Apóstolos.
O êxodo dos Dudfields e dos 67 missionários de tempo integral provou ser um desafio: fazer as malas para a mudança temporária, manter a bagagem com o peso adequado, obter testes de COVID-19 e receber resultados negativos, providenciar vistos, encontrar e recolher passaportes, viajar em grupo para o aeroporto, e depois fazer o check-in e passar pela imigração para embarcar no mesmo voo para Nairobi.
“As coisas simplesmente aconteceram como um milagre após o outro”, disse presidente Dudfield, acrescentando: “Estamos tendo algumas experiências notáveis aqui no Quênia, à medida que continuamos a operar como a Missão Etiópia Addis Abeba — apenas nos encontramos temporariamente em um local diferente.”
Essa transição, explicou a sister Dudfield, pode ser estressante, especialmente no que diz respeito a tentar ajudar os missionários a entrarem em contato com as pessoas na Etiópia, que é uma área do mundo onde os smartphones e a internet são caros e estão longe de ser a norma. “Isso é um desafio”, disse ela, “mas nossos missionários estão trabalhando com afinco.”
Os missionários estão se reconectando com os menos ativos, e os membros locais na Etiópia estão ajudando a dar continuidade ao trabalho no local — incluindo batismos de conversão — mesmo sem a presença física dos missionários, disse presidente Dudfield.
Em Nairóbi, o casal Dudfield e seus missionários localizaram três grandes comunidades de etíopes, o que lhes proporcionou a oportunidade de compartilhar o evangelho em amárico e em oromo.
“Se não estivéssemos no Quênia”, disse presidente Dudfield, “não teríamos tido essa experiência — de podermos conhecer o povo etíope aqui no Quênia e nos conectarmos com seus familiares na Etiópia.”

Missionários e líderes da Missão Etiópia Addis Abeba se reúnem para comemorar o Natal de 2021 em Nairóbi, Quênia.
Crédito: Foto fornecida por presidente Robert Dud
Perspectiva
Todas as vezes que o casal Dudfield encontra um desafio, disse a sister Dudfield, “sentimos que as pessoas estão orando por nós e que o Senhor está do nosso lado, nos guiando durante todo o processo.”
Presidente Dudfield reconhece que sabe que o propósito dele e de sua companheira estarem na Etiópia é superar os desafios e aceitar alegremente todas as situações como uma oportunidade de aprendizado.
“Adotar essa abordagem simplesmente revelou milagre após milagre, experiência após experiência e lição após lição, que nos ajudaram a nos refinarmos e a nos aproximarmos do Salvador como representantes de Sua grande obra aqui na Etiópia.”