É difícil pensar em meu tio Bill Bracy sem pensar em livros: milhares e milhares de livros.

Eles preenchem as estantes de sua casa, do chão ao teto. Ele os lia, os guardava e sabia onde encontrar cada um. Tenho certeza de que minha tia o encorajava a doar um livro toda vez que trazia um novo para casa, apenas para manter o volume de livros na casa administrável, o qual não era.

Ele destacava os livros que lia em várias cores. Ele comprava livros para amigos. Certo ano ele construiu uma enorme árvore de Natal de livros.

Para meu tio Bill, não havia problema que um livro não pudesse resolver.

Portanto, não foi uma surpresa para mim que seu estudo do evangelho, e dos princípios do evangelho, se concentrasse em livros. Ele leu várias traduções do Velho e do Novo Testamento, prestando atenção às raízes latinas, hebraicas, aramaicas ou gregas das palavras. Ele estudava os diferentes estilos de escrita entre Enos, Jarom e Ômni. Ele fazia listas de abordagens.

O que mais me lembro, no entanto, foi seu remédio para a dúvida. Era um livro.

Certa noite, enquanto estudava o evangelho com minha família durante a noite familiar, meu tio disse que respondia a todas as perguntas sobre fé com uma única pergunta. “E quanto ao Livro de Mórmon?”

Lembro-me de pensar: “É claro que ele recorreria a um livro para obter essa resposta.” E então percebi o que ele estava dizendo: seu testemunho do Livro de Mórmon era tão poderoso que, para ele, eliminava todas as dúvidas.

Meu tio faleceu em 25 de janeiro, deixando sua família e muitos amigos refletindo sobre sua vida e sua fé.

Ele fez um mestrado em línguas e literatura germânicas e um MBA da Universidade de Harvard, antes de embarcar em uma carreira que culminou com o serviço como presidente, diretor de operações e CEO de várias empresas de alto nível. Falando vários idiomas, ele expandiu marcas, desenvolveu novos produtos e implementou estratégias globais.

Ainda assim, após sua aposentadoria, ele passou mais de uma década como tutor nas Indústrias Deseret, visitando um amigo em um centro de assistência local quase que diariamente por sete anos, e levando meus filhos e seus primos para a escola.

É o que acontece quando o Livro de Mórmon é a pedra angular de um poderoso testemunho.

A pedra angular, ou a peça de alvenaria em forma de cunha na coroa de um arco que prende as outras peças no lugar, permite que toda a estrutura suporte o peso. Uma vez que a pedra angular é colocada no lugar, todas as outras peças se tornam mais fortes.

Depois de traduzir o Livro de Mórmon, o Profeta Joseph Smith explicou: “Eu disse aos irmãos que o Livro de Mórmon era o mais correto de todos os livros da Terra e a pedra fundamental de nossa religião; e que seguindo seus preceitos o homem se aproximaria mais de Deus do que seguindo os de qualquer outro livro” (History of the Church, 4:461; Introdução ao Livro de Mórmon).

A pergunta de meu tio, “E quanto ao Livro de Mórmon?”, para mim confirma que o Livro de Mórmon era a pedra angular de sua fé.

Em outubro de 2017, Presidente Russell M. Nelson pediu que ponderássemos sobre o valor do Livro de Mórmon e seu conhecimento adicional a respeito do Senhor Jesus Cristo.

“Meus irmãos e irmãs, quão precioso é o Livro de Mórmon para vocês?”, perguntou Presidente Nelson. “Se lhes oferecessem diamantes, rubis ou o Livro de Mórmon, o que vocês escolheriam? Falando honestamente, o que tem mais valor para vocês?”

Presidente Nelson fez uma lista “do que é o Livro de Mórmon, o que ele afirma, o que nega, o que cumpre, o que esclarece e o que revela.”

Ele também nos pediu que considerássemos três perguntas ao lermos e estudarmos o Livro de Mórmon: “Primeira: Como seria sua vida sem o Livro de Mórmon? Segunda: o que vocês não saberiam? E terceira: o que vocês não teriam?” (ênfase do original).

Aquele exercício mudou minha vida.

As respostas a essas perguntas e uma terna quarta pergunta — E quanto ao Livro de Mórmon? — tira todas as dúvidas.

— Sarah Jane Weaver é editora do Church News.