De volta a Belém: 25 anos após ter presidido a missão, Élder Godoy retorna para dedicação do templo
‘É um sonho se tornando realidade’, diz ele sobre o Templo de Belém Brasil ao participar com Élder Renlund na dedicação de domingo

Élder Carlos A. Godoy, da Presidência dos Setenta de A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, posa para uma foto com sua esposa, a irmã Mônica Godoy, e seu filho David, do lado de fora do Templo de Belém Brasil no sábado, 19 de novembro de 2022.
Scott G Winterton, Deseret News
De volta a Belém: 25 anos após ter presidido a missão, Élder Godoy retorna para dedicação do templo
‘É um sonho se tornando realidade’, diz ele sobre o Templo de Belém Brasil ao participar com Élder Renlund na dedicação de domingo

Élder Carlos A. Godoy, da Presidência dos Setenta de A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, posa para uma foto com sua esposa, a irmã Mônica Godoy, e seu filho David, do lado de fora do Templo de Belém Brasil no sábado, 19 de novembro de 2022.
Scott G Winterton, Deseret News
BELÉM, Brasil — No domingo, 20 de novembro, dedicação do Templo de Belém Brasil, missionários retornados do Brasil, Estados Unidos e outros países do mundo, que serviram na Missão Brasil Belém, estão se reunindo aqui para celebrarem uma casa do Senhor que servirá os santos dos últimos dias locais que eles aprenderam a amar.
Além das reuniões formais e informais, os missionários retornados irão para o local do templo durante o fim de semana, esperando, talvez, até mesmo assistir a uma das sessões de dedicação do domingo.
No entanto, dois companheiros bem conhecidos que serviram na missão de Belém, terão assentos à frente para todas as três sessões dedicatórias, e serão rapidamente reconhecidos por muitos membros e missionários retornados de anos passados. Ao mesmo tempo, esta dupla também terá acesso ao Élder Dale G. Renlund, do Quórum dos Doze Apóstolos, que está presidindo a dedicação.
Os dois companheiros? Élder Carlos A. Godoy, da presidência dos Setenta, e sua esposa, a irmã Monica Godoy, que são lembrados por membros e missionários de longa data em todo o norte do Brasil, devido a seu serviço como líderes da Missão Brasil Belém há um quarto de século.

Presidente Carlos A. Godoy e sister Monica Godoy lideraram a Missão Brasil Belém de 1997 a 2000.
Fornecida por Élder Carlos A. Godoy
‘Um sonho se tornando realidade’
“Nunca imaginei que estaria vivo para ver isto acontecer,” disse Élder Godoy em relação ao templo e sua dedicação, “muito menos estar lá compartilhando uma mensagem. E tenho que agradecer a Élder Renlund, porque ele tornou possível que eu e Monica estivéssemos lá. Somos tão gratos.”
A dedicação do Templo de Belém será especial para os Godoys e seus missionários por causa do tempo, esforço, energia e amor dedicados a seu serviço nas estacas e distritos, alas e ramos ali, e em todo o norte do Brasil.
“Não foi uma missão fácil servir, e aqueles missionários pagaram o preço e merecem ver isto acontecer”, disse ele. “E é por isso que que significa tanto para nós - estávamos ensinando sobre o templo, batizando pessoas, dizendo, ‘Vocês podem ser selados. Sabemos que isto está longe de acontecer, mas um templo será construído aqui — talvez para você ou seus filhos. Teremos um templo.’ E agora o estamos vendo, então é apenas um sonho se tornando realidade.

A cidade de Belém, no estado do Pará, vista do rio Amazonas na sexta-feira, 18 de novembro de 2022.
Scott G Winterton, Deseret News
A irmã Godoy concordou sobre voltar a Belém e ao terreno do templo com seu filho David, um dia antes da dedicação. “Não acredito – é muito, muito bom.”
Vinte e cinco anos atrás, em Belém, ela era companheira do presidente de missão e mãe de quatro filhos pequenos, cuidando deles e ajudando a organizar a educação das crianças.
“Estava nervosa. Eu era tão jovem naquela época que não percebi o quão difícil seria. Estávamos vivendo passo a passo, mas foi bom”, disse ela, acrescentando: “O Senhor nos ajuda em cada detalhe de nossa vida.”

Presidente Carlos A. Godoy e sisterMonica Godoy com seus quatro filhos, Renata, David, Gabriela e Lucas, do lado de fora do Centro de Treinamento Missionário de Provo, Utah, em junho de 1997, antes de servirem na Missão Brasil Belém.
Fornecida por Élder Carlos A. Godoy
Período pré-missão
Os Godoy já viajaram bastante pelo Brasil: ele nasceu em Porto Alegre e ela em São Paulo; ele serviu como jovem missionário em São Paulo e ela no Recife. Eles se casaram no Templo de São Paulo Brasil em 1984, e moraram primeiro em Porto Alegre, antes de serem transferidos a trabalho para São Paulo, e mais tarde completando um MBA na Universidade Brigham Young,
Cerca de 10 anos depois, em 1996, eles receberam um telefonema para se encontrarem com o presidente da Área Brasil, que se transformou em uma reunião inesperada com Élder Robert D. Hales, do Quórum dos Doze Apóstolos, e uma entrevista ainda mais surpreendente sobre a possibilidade de servirem como presidente de missão e companheira.
“Um chamado estava completamente fora de nossa expectativa: éramos jovens e não éramos ‘experientes’”, disse Élder Godoy sobre ter servido apenas um ano como bispo em Porto Alegre antes da transferência de trabalho.
Mas o chamado veio e também a dupla oportunidade de liderar, não apenas missionários de tempo integral, mas também os cinco distritos que então faziam parte da missão Belém.

O presidente Carlos A. Godoy, ao centro, é fotografado com um grupo de élderes, durante seu período como presidente da Missão Brasil Belém (1997-2000).
Fornecida por Élder Carlos A. Godoy
Serviço missionário, 1997-2000
No início de julho de 1997, o presidente Godoy, de 36 anos, encontrou uma área que incluía o estado do Pará, onde ficava a sede da missão, e os estados vizinhos do Amapá e Maranhão. Uma transferência de missionários de um lado da missão para o outro podia levar até dois dias, incluindo 12 horas de barco, uma hora de voo e 12 horas de ônibus.
“O rio Amazonas era a nossa [‘rodovia’] interestadual”, disse ele. “É por lá que os missionários eram transferidos, às vezes de avião, mas na maioria das vezes de barco.”

Os passageiros desfrutam de um passeio de barco durante o pôr do sol no rio Amazonas em Belém, Brasil, na sexta-feira, 18 de novembro de 2022.
Scott G Winterton, Deseret News
Ele teve que percorrer grandes distâncias para supervisionar os cinco distritos, quatro dos quais se tornaram estacas. Ele não havia servido em uma presidência da estaca, então ajudar um distrito e seus ramos era algo novo.
“Você confia na oração e no Espírito”, disse ele, acrescentando que reunia os presidentes de distrito a cada três ou seis meses, “esperando que eles aprendessem uns com os outros e que o Espírito lhes desse revelação, porque estávamos trabalhando como um conselho.”

O então presidente Carlos A. Godoy, da Missão Brasil Belém, e seus missionários viajavam pelas hidrovias — muitas vezes no rio Amazonas — para reuniões, conferências e transferências durante seu serviço de 1997 a 2000.
Fornecida por Élder Carlos A. Godoy
Sacrificando-se para serem santos que frequentam o templo
Élder Godoy lembra que os santos dos últimos dias em toda a área da missão Belém já estavam comprometidos com a frequência regular ao templo, quando ele e a irmã Godoy chegaram, 25 anos atrás. Os membros compareciam duas vezes por ano ou mais, fazendo grandes sacrifícios.
Aqueles em Belém e arredores enfrentaram uma viagem de ônibus de três dias em cada sentido nas “caravanas do templo” que cruzavam o enorme país para chegarem ao Templo de São Paulo Brasil, dedicado em 1978. Era o único templo do país até a dedicação dos templos de Porto Alegre e Recife no ano 2000.
Os santos dos últimos dias que moravam mais longe, nos estados do Amapá e Maranhão, enfrentavam uma viagem adicional de barco de três dias para chegarem a Belém, totalizando uma viagem de ida e volta de 12 dias, sem incluir o tempo no templo de São Paulo.
“Então para eles, era realmente uma espécie de sacrifício, mas eles faziam isso duas vezes por ano”, disse Élder Godoy, acrescentando que “era normal, fazia parte da tradição dos distritos.”
Os membros simples e humildes não apenas esgotavam suas economias, mas também vendiam utensílios domésticos, como televisores, geladeiras e fornos, para terem dinheiro para viajar na caravana para o templo.

Santos dos últimos dias da área da Missão Brasil Belém participam de uma das “caravanas do templo” para o Templo de São Paulo Brasil, no final da década de 1990.
Fornecida por Élder Carlos A. Godoy
“Eles vendiam seus bens para irem ao templo”, acrescentou. “É por isso que estou tão feliz em ver alguns desses membros de 25 anos atrás: eles estarão presentes na dedicação. Alguns pegarão apenas um ônibus, talvez alguns precisem apenas de algumas horas para chegarem ao templo, em vez de seis dias.”
Depois de completar sua designação missionária em 2000, os Godoy voltaram a trabalhar em São Paulo, antes de ele ser chamado como Setenta Autoridade Geral em 2008. Suas designações incluíram servir em presidências de área no Brasil e norte da América do Sul antes de seu chamado em 2018 para a Presidência dos Setenta.
Mas seus corações têm sido fiéis a Belém, um sentimento compartilhado pelos membros locais. O bispo Moises Queiroz, da Ala Belém, se lembra dos Godoys como líderes missionários atenciosos e oradores eficazes nas reuniões. E disse que quando os Godoys voltarem dirão que não podem ficar longe do açaí, cupuaçu e outras comidas típicas do estado do Pará. “Para o povo daqui ouvir e receber um elogio como esse significa muito”, disse bispo Queiroz. “Os membros com certeza o consideram como um membro da família, uma pessoa muito querida por todos nós.”

A cidade de Belém do Pará, vista do rio Amazonas na sexta-feira, 18 de novembro de 2022.
Scott G Winterton, Deseret News
Anúncio do templo
Presidente Thomas S. Monson anunciou um templo para Belém, Brasil, na conferência geral de abril de 2016. Élder Godoy se lembra de sua reação em três fases.
Primeiro, ele estava sentado atrás do púlpito do Centro de Conferências com o restante das Autoridades Gerais, quando ouviu o anúncio pela primeira vez. “Não podíamos fazer nada lá, [pois] precisamos ser reverentes. Mas eu estava chorando de alegria por dentro.”
Depois disso, fora do Centro de Conferências, ele fez ligações, enviou e-mails e mensagens de texto para familiares, amigos, membros no Brasil “e especialmente nossos missionários.”
A terceira fase surgiu como perguntas em sua mente, se lembrando de seu envolvimento como autoridade geral em ajudar a supervisionar a Área Brasil. “‘Posso estar lá? Existe alguma chance de eu ser designado?’”, disse ele. “Não podemos pedir, mas era meu sonho.”

O Templo de Belém Brasil na quinta-feira, 17 de novembro de 2022.
Scott G Winterton, Deseret News
O padrão atual de líderes da Igreja designados para dedicações de templos inclui o membro da Primeira Presidência ou Quórum dos Doze Apóstolos que está presidindo, junto com um dos diretores executivos do Departamento de Templos e um membro da presidência da área.
No entanto, o sonho de Élder Godoy se tornou realidade, quando Élder Renlund pediu que ele o acompanhasse.
“Élder Renlund me adicionou à lista porque sabia onde estava meu coração e conhecia toda a história, ou pelo menos parte da história”, disse Élder Godoy, acrescentando que, quando soube de sua designação para o grupo que viajaria até a dedicação “eu queria ‘beijá-lo.’ Eu chorei, eu estava tão feliz.”

A cidade de Belém, Brasil, vista do rio Amazonas na sexta-feira, 18 de novembro de 2022.
Scott G Winterton, Deseret News
E ele se beneficiará com outro doce gesto de Élder Renlund, que também estará acompanhado por Élder Adilson de Paula Parrella e Élder Arnulfo Valenzuela, Setentas Autoridades Gerais que são, respectivamente, presidente da Área Brasil e diretor executivo assistente do Departamento de Templos.
Normalmente, Élder Godoy procura acompanhar e auxiliar o presidente e estar ao seu lado o máximo possível. “Élder Renlun disse: ‘Sabe, Carlos, eu estarei lá com Élder Parrella e Élder Valenzuela, então você pode ficar livre antes e depois das três sessões, porque há muitas pessoas que você conhece lá. Não se preocupe comigo, esteja com elas.”
E os Godoys farão exatamente isso: estarão com os santos de Belém mais uma vez.

Um barco navega pelo rio Amazonas em Belém do Pará, ao pôr do sol na sexta-feira, 18 de novembro de 2022.
Scott G Winterton, Deseret News