NUR-SULTAN, Cazaquistão — Élder Ulisses Soares representou A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias no sétimo Congresso dos Líderes das Religiões Mundiais e Tradicionais em Nur-Sultan, Cazaquistão, na tarde de quarta-feira, 14 de setembro. A paz e o alívio do sofrimento estiveram entre os tópicos mais discutidos no evento.

Da esquerda para a direita: Élder Ulisses Soares, do Quórum dos Doze Apóstolos, Élder Alexey V. Samaykin, Setenta de Área e Presidente da Área Europa Leste, e Élder Carl B. Cook, membro da Presidência dos Setenta, se reúnem com o Grande Mufti Zamir Haji Rakiev, Presidente da Administração Espiritual dos Muçulmanos do Quirguistão, no Congresso dos Líderes das Religiões Mundiais e Tradicionais em Nur-Sultan, Cazaquistão, na tarde de quarta-feira, 14 de setembro.

A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias

O membro do Quórum dos Doze Apóstolos, durante seu discurso na assembleia, pediu aos colegas, líderes de igrejas, que “celebrem a dignidade de todos os filhos de Deus e ajudem a criar um mundo mais pacífico.”

O congresso deste ano, que é realizado a cada três anos no Cazaquistão, é o maior de sua história, com milhares de participantes de todo o mundo. Oradores de 30 religiões diferentes falaram sobre uma variedade de tópicos no primeiro dia do evento de 2022.

Participantes do Congresso dos Líderes das Religiões Mundiais e Tradicionais se reúnem para uma foto em 14 de setembro de 2022, em Nur-Sultan, Cazaquistão.

A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias

O papa Francisco, da Igreja Católica, também falou no evento. Ele encorajou os representantes de diferentes religiões a se lembrarem de que todos estão “viajando em direção à mesma meta celestial.”

Élder Soares também falou sobre sobrepujarmos as diferenças, as quais podem separar indivíduos e grupos por uma variedade de motivos.

“Na superfície, todos somos diferentes: vimos de países diferentes, temos crenças diferentes, praticamos rituais diferentes e rezamos para nossas próprias divindades”, disse ele.

Também disse que sabia que estava pedindo algo difícil aos presentes: “Que tarefa audaciosa realizamos: promover o bem comum acima de nossos próprios interesses, abrir nossos olhos além de nossa própria experiência.

“Todos pertencemos à mesma raça humana, compartilhamos a mesma natureza humana e buscamos o potencial que Deus nos deu.”

Élder Soares recorreu às palavras do poeta cazaque Abai Qunanbaiuly, do século XIX, que escreveu: “Que mundo maravilhoso o Criador nos deu! Com clemência e generosidade, Ele nos deu Sua luz.”

As palavras de encorajamento foram uma mensagem de boas-vindas, após muitas menções às dificuldades enfrentadas devido à COVID-19 nos últimos dois anos. E até mesmo neste tópico, Élder Soares viu uma lição aprendida e uma oportunidade de progresso.

“A COVID nos ajudou a compreender a necessidade emocional da conexão pessoal”, disse ele. E por causa desta maior compreensão da necessidade de conexão, ele sugeriu que líderes eclesiásticos precisam abraçar esta oportunidade de construir a fé de seus seguidores. “Não nos rendemos às dificuldades. Em vez disso, devemos nos engajar”, disse ele.

Em outra citação, Élder Soares mencionou o sobrevivente de um campo de concentração nazista, Viktor Frankl, que disse: “O amor é o derradeiro e mais elevado objetivo a que o homem pode aspirar.”

Sobre a manifestação do amor cristão Élder Soares citou Mosias 18:9, do Livro de Mórmon. “Faz parte do convênio de minha fé ‘chorar com os que choram’ e ‘consolar os que necessitam de consolo.’” O luto e o conforto foram dois exemplos que Élder Soares deu de serviço ao próximo, acrescentando que tal serviço faz parte de uma vida dedicada ao Salvador. “Uma mentalidade voltada ao próximo instila a responsabilidade social em nossa vida” baseada, não no interesse próprio, mas como uma promessa a Deus.

O versículo de Mosias foi uma das duas referências ao Livro de Mórmon que Élder Soares fez durante seu discurso. Na outra, ele disse que a COVID-19 foi um desafio que pode ajudar a fortalecer igrejas, famílias e indivíduos. “Se aceitarmos as provas da fé, Deus fará 'com que as coisas fracas se tornem fortes' (Éter 12:27)."

Élder Ulisses Soares, ao centro, é acompanhado por Élder Alexey V. Samaykin, Setenta de Área e Presidente da Área Europa Leste, ao se encontrarem com a Profa. Azza Karam, Secretária Geral de Religiões pela Paz, no Congresso de Líderes das Religiões Mundiais e Tradicionais em Nur-Sultan, Cazaquistão, em 14 de setembro de 2022.

A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias

Apegar-se fortemente às crenças coletivas também traz força, disse Élder Soares: “Uma cultura é somente tão forte quanto os valores de seus membros.”

 Ao concluir seu discurso, Élder Soares convidou os participantes do congresso a continuarem na construção de laços mais fortes, para ajudarem a superar os desafios atuais.

“Que todos possamos refletir um pouco mais profundamente, amar um pouco mais forte, comunicar um pouco mais claramente e construir os tipos de conexões que ajudam nossas sociedades a enfrentarem as tempestades da vida.”

Élder Ulisses Soares recebe a Medalha de Honra do presidente do Cazaquistão, Kassym-Jomart Tokayev, no Congresso dos Líderes das Religiões Mundiais e Tradicionais em Nur-Sultan, Cazaquistão, em 14 de setembro de 2022.

A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias

Como parte das cerimônias do primeiro dia do congresso deste ano, Élder Soares também foi agraciado com a Medalha de Honra do congresso.

Conselhos do Papa Francisco sobre compaixão

A visita do papa Francisco ao congresso foi recebida com entusiasmo por muitos participantes. Ter o líder da maior denominação cristã do mundo participando e discursando no congresso, gerou uma maior atenção ao evento e seu propósito, em centenas de membros da mídia global.

O papa Francisco discursa no Congresso dos Líderes das Religiões Mundiais e Tradicionais em Nur-Sultan, Cazaquistão, na tarde de quarta-feira, 14 de setembro.

A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias

O papa esteve entre os muitos palestrantes que falaram sobre o amor e o serviço, mas também foi um dos poucos a chamar as oportunidades educacionais como parte das responsabilidades das igrejas em suas comunidades.

“O sofrimento é uma escola de compaixão, uma porta à empatia e um convite para se relacionar [com outros]”, disse ele. E ele também convidou os líderes religiosos do congresso a serem exemplos da paz que pregam.

“Líderes espirituais são os guardiães da consciência da humanidade. Portanto, quem melhor do que vocês para mostrarem o caminho à confiança mútua, à bondade e à paz?” disse ele.